sexta-feira, 8 de julho de 2011

picnic

Sou esquisita (ia escrever nojentinha mas na realidade acho que sou apenas isso, esquisita) com tudo o que é Natureza para além do limite de uma imagem impressa ou viva no ecrã. Incomodam-me as formigas, as moscas a passar demasiado perto, as borboletas com aquelas patas e corpos tão dissonantes das suas asas, as lagartas que apanho nos coentros (apanho? eu disse apanho? não, eu vejo-as e espero que o R. venha e as vá tirar. Ou chamo o Miguel, o meu filho de 5 anos) e as que esmago (isto faço bem mas não sem um gritinho) nas alfaces, no manjericão ou na hortelã, os mosquitos que nunca viajam sozinhos, as abelhas que zunem alto e as vespas que descobri existirem em vários formatos e tamanhos, as aranhas que são desprovidas de vergonha e que constroem entre plantas teias que não vemos mas que oferecem uma inesperada resistência ao toque. Já as folhas, adoro vê-las caídas mas detesto que caiam em cima de mim; principalmente quando eu nem as vejo vir. Tiro, portanto, a paciência a um santo.

E só referi o que acontece no microcosmos do meu terraço (que está colado a uma antiga coutada real e que é um dos últimos vestígios de floresta mediterrânica aqui da zona - se vissem o tamanho e a grossura destas oliveiras, senhores. E quando digo colado digo ramos de um loureiro a entrar pelo meu espaço a dentro e ramos tão perto da janela de uma das minhas casas de banho que servem, na realidade, como pontes para as aranhas grandes, gordas, peludas e patudas virem repousar na minha banheira).

Sou esquisita e por isso não acampo. E os picnics parecem sempre mais aprazíveis quando envolvem mesas e bancos apesar de serem mais românticos em toalhas no chão.

No fim de semana passado fomos a um picnic organizado pela escola dos meus sobrinhos. Quando recebi o convite funguei e arrepiei-me. Tive duas semanas  para me preparar e optei por não pensar muito nisso. Sempre que o assunto vinha à baila (e assim que os meus filhos souberam dos planos o assunto veio à baila muitas vezes) eu inspirava longamente; oh ceús, eu já travava uma batalha tão dura todos os dias a partir do meu terraço e agora ia ter de o fazer a partir de uma toalha. E eu que sou uma pessoa que gosta tanto que a deixem em paz, metida consigo mesmo nas coisinhas que lhe dão prazer.

Até que chegou o dia e...



... foi bom. E a cerveja sempre fresca e abundante ajudou a esquecer o resto.

6 comentários:

  1. lolololol

    abençoada cerveja ;)

    beijinhos

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  2. Pois eu sou nojentinha mesmo. Esquisita E nojentinha, como te compreendo.
    (mas de facto parece ter sido muito giro)

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  3. Nós por cá adoramos picnics :) e como não há dinheiro para restaurantes, sempre que passeamos para longe daqui...picnic com eles! :D

    ps - mas tb tenho a minha costela nojentinha e sempre que vejo bicho esquisito chamo a tropa para dar cabo dele ;)

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  4. :))
    Ontem entrei num às 11 da manhã e sai às 20.30h
    Adoro!!
    Quando chegamos a casa, fomos as três para o polivan as roupas e os chinelos para a máquina :)

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  5. eh eh adorei o texto. Não tenho medo de bichos mas dispenso almoçar com eles a passear-me por cima. Quando há picnics só vou para não dizerem que sou desmancha-prazeres mas sou a única que leva uma cadeira. E acampar, 3 vezes na vida nos meus tempos de teen e na faculdade e chegou para a vida! Hotéis e restaurantes sempre (nem que seja mcdonalds)!

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  6. baby, voltei ca hoje e vi o new look do blog. Continua com os updates. Adoro lê-los.

    Bjinhos,
    Ana

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